Hoje o site UOL publicou uma
matéria muito importante, mas também de pouco conhecimento no Brasil,
intitulada: “As
silenciosas mortes de brasileiros soterrados em armazéns de grãos” redigida por
João Fellet Da BBC News Brasil em São
Paulo.
A reportagem, a qual reproduziremos alguns trechos aqui, e que trata
dos acidentes envolvendo a morte de trabalhadores no Brasil, informa que:
"Desde 2009, ao menos 106 pessoas morreram em silos de grãos no
país, a grande maioria por soterramento.
Nos dados apresentados foram contabilizados apenas casos
noticiados pela imprensa, o que, segundo especialistas, indica que as
ocorrências sejam ainda mais numerosas, pois nem todas as mortes são
divulgadas.
O ano com mais acidentes fatais foi 2017, quando houve 24
mortes, alta de 140% em relação ao ano anterior.
Em 2018, houve 13 ocorrências até julho -sinal de que as mortes
devem se manter no mesmo patamar de 2017, considerando-se o histórico de
distribuição das ocorrências ao longo do ano.”
Acidentes que
ceifaram vidas de pais de família, de trabalhadores, o que é sempre uma grande
tragédia, tem sido a maior causa de acidentes com mortes no Brasil, perdendo
apenas para acidentes de trânsito.
Desde o ano de
2015, medidas de proteção para trabalhos desta natureza foram criadas, mas
ainda não foram suficientes para conter o crescimento destes acidentes e suas consequências.
Segundo a
reportagem o professor Idelberto Muniz de Almeida, professor de Medicina do
Trabalho da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Botucatu, mostra que
estes acidentes são evitáveis: “O
professor afirma que a maioria dos acidentes em silos ocorre quando medidas de
prevenção não são adotadas ou não funcionam de forma adequada”
Ainda segundo
o professor os “soterramentos em silos
matam em instantes. O trabalhador é asfixiado ao afundar nos grãos e não
consegue subir à superfície, como se fosse sugado por uma areia movediça. Na
maioria dos casos, ele é engolido ao caminhar, sobre os grãos sem cordas de
segurança enquanto tenta movimentar as partículas para desobstruir dutos. Os
grãos costumam se aglutinar quando há excesso de umidade, travando o
funcionamento do silo.
Em outros casos, menos numerosos, o trabalhador é encoberto por uma avalanche de grãos quando paredes do armazém colapsam -pondo em risco até quem está fora da construção- ou quando há grandes deslocamento de partículas dentro da estrutura.”
Todos nós
sabemos que os silos possuem ainda o risco de explodir, quando da existência de
pó em suspensão e a produção de gases, quando expostas a calor, seja proveniente
de fagulhas, faíscas ou contato com qualquer outra fonte de calor.
O
silos explodem por alguns fatores: A alta concentração da poeira fina no
ambiente, que se transforma em pó combustível, e que havendo a presença de
fontes potenciais de ignição como eletricidade, superfícies aquecidas e chamas,
causa a explosão.
Outro grande
problema é a produção de gases tóxicos produzidos com a fermentação dos grãos. Apesar
do milho ser considerado um dos grãos mais voláteis e perigosos, toda
poeira de grãos é potencialmente perigosa.
A decomposição de grãos pode gerar vapores inflamáveis; se a
umidade do grão for superior a 20%, poderá gerar metanol, propanol ou butanol.
Os gases metano e etano, também produzidos pela decomposição de grãos, são
igualmente inflamáveis e podem gerar explosões.
Temos ainda como riscos a queda do nível mínimo de
oxigênio (O2) e/ou a presença em níveis perigosos de gases tóxico como gás
sulfídrico e Monóxido de carbono (H2S e CO)
Todas
estas situações colocadas ocorrem frequentemente em instalações agrícolas ou
industriais onde são processados farinha de trigo, de milho, de soja, de
cereais ou particulados entre outros o açúcar, arroz, chá, cacau, couro, carvão
e madeira.
Com
uma atuação eficiente da empresa e do trabalhador, podemos eliminar ou
minimizar o risco de acidentes graves, nestes trabalhos, quando:
Mantemos
um total e pleno atendimento aos requisitos legais, as Normas Regulamentadoras
do Ministério do Trabalho, Programas de Prevenção exigidos ou não, tais como
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, Programa de Proteção Respiratória,
Procedimentos Internos que abordem os riscos e as medidas de controle,
treinamento dos trabalhadores e acompanhamento
e fiscalização dos trabalhos e a manutenção de equipamentos de identificação e
eliminação de riscos ( Detectores de gases, de explosividade, ventilação
exaustora e diluidora, máscaras e equipamentos de proteção e resgate, etc.).
Basta
que todos se conscientizem dos perigos que tais trabalhos podem causar e se
envolvam na prática de medidas seguras, adotando critérios, equipamentos e
capacitação de todos os empregados
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